O Presidente Filipe Nyusi, garante que o governo está a seguir
todos os passos necessários para o esclarecimento dos contornos da
dívida pública contraída à revelia dos parceiros de cooperação,
incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No seu primeiro pronunciamento público sobre a matéria, depois da
recente visita de uma missão técnica do FMI visita a Moçambique, Nyusi
disse hoje que é um facto que o país se endividou e as dívidas
contraídas não eram do seu conhecimento, mas nós reconhecemos de
imediato.
Na sequência disso, o seu governo foi a Washington, capital
norte-americana, colocar-se a disposição dos parceiros visando
esclarecer os contornos da dívida, exercício que foi feito e seguido da
recente visita da missão do FMI ao país.
Nyusi, que falava no fim da visita à cidade de Ndola, capital da
província zambiana de Copperbelt, onde inaugurou a 52ª edição da Feira
Internacional disse que as partes estão agora a desenhar medidas para
ver como tirar o país do problema, todavia o mais importante é evitar
entrar numa situação de desespero e lamentações.
Aquilo que está errado tem de ser eliminado, até porque a nenhuma
governação interessaria a desorganização ou a falta de procedimentos,
disse o Presidente, anotando que o ideal é deixar os processos fluírem
e, no caso vertente, estão a fluir dentro das balizas.
O governo, conforme assumiu, foi a Assembleia da República (AR), o
parlamento moçambicano, a fim de esclarecer os contornos, aceitou a
proposta de criação de uma comissão de inquérito e a própria
Procuradoria-Geral da República (PGR) está a desencadear um processo
sobre a questão da dívida pública.
As coisas vão fluir porque para se chegar a 10 é preciso começar do
um. Não se pode exigir que se vá a 10 sem começar no um. A contagem não é
feita assim, disse o Presidente, apontando que quando o momento
próprio chegar tudo isso será feito.
Nyusi, que atribuiu nota positiva a curta visita à Zâmbia, disse que a
libertação económica constitui a principal batalha que os dois países
estão a travar no sentido de consolidar o processo de afirmação do bloco
regional, assim como configurar um novo panorama no quadro das relações
internacionais.
Para assegurar a consumação do desiderato, os dois países têm estado a
pensar no desenvolvimento de infra-estruturas comuns como estradas, bem
como na possibilidade de um terminal seco no porto de Nacala,
província de Nampula, para manusear as suas mercadorias que entram por
aquela unidade portuária.
A Zâmbia está a receber, desde Março, energia eléctrica gerada a
partir de uma central flutuante ancorada nas águas do porto de Nacala,
para responder as necessidades do desenvolvimento que está a assinalar.
O país está a desenvolver industrialmente e a energia que tem não é
suficiente, mas porque temos de ter o poder de antecipação estamos a
desenvolver o projecto comum de construção de uma central térmica comum
conjunta na zona de Moatize, disse o presidente, apontando que o país
vizinho compra da energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), mas a
sua necessidade é cada vez mais crescente.
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