O Banco de Moçambique(BM) decidiu nesta sexta-feira(30) suspender, “com
efeitos imediatos”, os membros do Conselho de Administração e da Comissão
Executiva do Moza Banco SA, pois a situação financeira e prudencial da quarta
maior instituição financeira do País “tem vindo a degradar-se de forma
insustentável”.
Naquela que é a primeira decisão pública do novo Governador do BM, Rogério
Zandamela, o banco central acrescenta, em comunicado, que, “Mostrando-se
necessário reforçar as medidas extraordinárias de saneamento, previstas no
artigo 83 da Lei nº 15/99, de 1 de Novembro, com as alterações introduzidas
pela Lei nº 9/2004, de 21 de Julho – Lei das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras, tendo em vista proteger os interesses dos depositantes
e outros credores, bem assim salvaguardar as condições normais de funcionamento
do sistema bancário, ao abrigo do disposto nos artigos 81 e 84 da referida lei,
o Banco de Moçambique determina: Designar um Conselho de Administração
provisório, presidido pelo senhor Dr. João Filipe Figueiredo, com efeitos
imediatos, cujo mandato durará até à normalização da situação”.
Criado em 2008 o Moza, como se passou a designar desde Novembro de 2015,
tinha um Conselho de Administração presidido até a data por Prakashchandra
Ratilal, proeminente economista moçambicano e que já foi Governador do Banco de
Moçambique. Eram vogais da Administração Ibraimo Abdul Carimo Issufo Ibraimo,
António Augusto Figueiredo D' Almeida Matos, Luís Magaço Júnior, Paulo Dambusse
Marques Ratilal, Rui Manuel Fernandes Pires Guerra,
César e João Luís Fernandes
Jorge.
“O Banco de Moçambique assegura ao mercado, aos clientes e ao público em geral que o Moza Banco continuará a funcionar dentro da normalidade”, conclui o comunicado que estamos a citar divulgado dois dias depois da conclusão de uma Missão do Fundo Monetário Internacional que pintou um cenário mais sombrio para a economia nacional e recomendou adicionais políticas monetárias restritivas.
A instituição financeira tem, segundo o seu Relatório e Contas de 2015, “45 Agências bancárias correspondentes a 59 unidades de negócio (43 Agências de Retalho, 5 Centros Private e 11 Centros Corporate)”, repartidas não equitativamente por todo o território moçambicano, e activos de cerca de 31,3 mil milhões de meticais.
O banqueiro indicado pelo Banco de Moçambique, João Figueiredo, que já esteve à frente do Millennium-BIM (a maior instituição financeira do País) tendo saído para fundar o Banco Único, tem a missão de racionalizar o Moza e vendê-lo em seis meses.
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