Os ataques perpetrados
pelos supostos homens armados da Renamo, estão a forçar os transportadores
semi-colectivos de passageiros da província de Tete, que fazem as ligações
inter-provinciais, a desistir da actividade.
Os principais destinos
eram as cidades de Chimoio, na província de Manica, Beira (Sofala), Quelimane
(Zambézia), todas na região centro, Nampula e Pemba (Cabo Delgado), na região
norte, cujo acesso era através das Estradas Nacionais Números sete e um (EN7 e
1), onde a Renamo tem vindo a realizar ataques armados.
Para garantir a segurança
das pessoas, as autoridades governamentais decidiram introduzir escoltas
militares em ambas as estradas, particularmente nos troços entre distritos de
Changara, em Tete, e de Vanduzi, em Manica, numa distância de cerca de 270
quilómetros da EN7, Muxúnguè-Save e Nhamapaza-Caia, na EN1, na província de
Sofala.
Assim, para quem queira
deslocar-se às regiões Sul e Norte de Moçambique tem que passar
obrigatoriamente por ambos os troços com colunas militares. Esta situação acaba
por estender o tempo de viagem por vários dias.
O gestor do terminal de
transportes rodoviários na cidade de Tete, Zuze Farias, explicou a reportagem
da nossa fonte que a retirada dos autocarros deve-se ao número reduzido de
passageiros, que receiam cair numa emboscada da Renamo.
Farias disse que o
reduzido número de passageiros afectou drasticamente a receita dos
transportadores, que acabaram paralisando a actividade.
Os ataques dos homens armados da Renamo estão a afectar o desenvolvimento social e económico,
porque para além de nós termos baixas receitas, muita mão-de-obra perdeu o seu
emprego e os próprios passageiros já não conseguem transportar os seus produtos
de e para onde querem vender, disse o gestor do terminal rodoviário de transportes
inter-provinciais de passageiros, em Tete.
“Por causa da tensão política, os proprietários acabam por
dispensar os seus motoristas e cobradores, que ficaram sem emprego e também sem
meios de sustentar suas famílias. É uma situação preocupante”, disse João Samuel, um dos poucos motoristas que conseguiu manter o seu emprego.
Samuel explicou que
actualmente é um dilema fazer uma viagem Tete-Beira e vice-versa. Fazíamos quatro viagens por semana, mas nos dias que correm, devido à
tensão política, só fazemos uma vez, pois quando saímos da cidade da Beira às 05h00 só conseguimos arrancar na coluna às 16h00
horas e só chegamos a noite a cidade de Tete.
Por isso, disse Samuel, apelamos ao líder da Renamo (Afonso Dhlakama) a parar com os ataques,
porque estão a prejudicar o povo. Os ataques também levaram ao agravamento dos preços dos produtos de primeira
necessidade.
A paralisação dos
autocarros levou a maioria dos passageiros a usar o transporte ferroviário como
alternativa. Por isso, os comboios andam lotados no sentido vila de Moatize, em
Tete – Beira e vice-versa.
Os comboios de
passageiros circulam duas vezes por semana. Chegam à vila de Moatize às
quartas-feiras e aos domingos.
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