Milhares de migrantes estão a “correr em contra-relógio”
para fazerem a perigosa travessia marítima entre a Líbia e a Europa antes do
fim do verão, perante a impotência das autoridades líbias, indicaram
responsáveis de organizações humanitárias.
Abdel Hamid al-Souei, do Crescente Vermelho Líbio, disse
à agência France Presse que a melhoria das condições climatéricas potenciou
esta semana uma maciça onda de migração a partir da Líbia.
Desde domingo, mais de 10 mil migrantes foram resgatados
em barcos prestes a afundar.
“Estes migrantes estão a correr contra o tempo porque
receiam o início do outono, em que as condições não estarão tão boas”,
explicou.
A maioria dos migrantes originários do Corno de África e
da parte oeste do continente africano parte da cidade líbia de Sabratha, a 300
quilómetros da ilha italiana de Lampedusa.
Os traficantes de migrantes têm vindo a explorar a
crescente insegurança na Líbia, uma vez que as autoridades líbias concentram os
seus recursos limitados no combate aos ‘jihadistas’.
“As nossas patrulhas foram reduzidas ultimamente porque
os navios estão envelhecidos e não temos meios para controlar a costa de
Sabratha”, declarou em Tripoli o máximo responsável pela marinha líbia, o
coronel Ayoub Qassem.
Os serviços de salvamento resgataram 3.000 migrantes nas
águas ao largo da Líbia na terça-feira, um dia depois de terem sido resgatadas
6.500 pessoas no Mediterrâneo, um número recorde.
Depois de semanas de relativa acalmia nas águas entre a
Itália e a Líbia, outras 1.100 pessoas foram resgatadas no domingo.
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