O Presidente
moçambicano nomeou Rogério Zandamela para o cargo de governador do Banco de
Moçambique, em substituição de Ernesto Gove, que terminou o mandato após dez
anos no posto, refere um comunicado da Presidência da República enviado à Lusa.
A nota de imprensa indica que Rogério Lucas Zandamela é
funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), desde 1988, tendo exercido
sucessivamente as funções de representante-residente da instituição no Brasil e
de chefe de Missão do FMI para Arménia, Costa Rica, Gâmbia, Guatemala, Libéria,
Malásia, Nicarágua, Peru, Trinidade e Tobago e Zimbabwe, no Departamento de
Mercados Monetários e de Capital.
Gove deixa o cargo de governador do Banco de Moçambique
numa altura em que a sua actuação era alvo de contestação por ter afirmado que
desconhecia a existência de dívidas ocultas de mais de mil milhões de euros
divulgadas em Abril e contraídas entre 2013 e 2014 pelo anterior Governo.
A revelação das chamadas dívidas escondidas levou o FMI e
os doadores a cortarem o seu apoio financeiro ao país, condicionando agora o
reatamento da cooperação financeira à realização de uma auditoria forense
internacional.
A incapacidade do Banco de Moçambique de conter a
acentuada derrapagem do metical nos últimos meses e a inflação galopante também
ensombram a saída de Ernesto Gove do cargo.
No início deste mês, caíram mal junto da opinião pública
moçambicana fotos de Gove e sua família na conta da filha da página da rede
social Facebook a passarem férias em Miami, alguns dias depois de serem
conhecidos limites impostos pelo banco central aos bancos comerciais no levantamento
de divisas, devido à escassez das moedas estrangeiras de referência, e face à
crise económica prevalecente no país.
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